Um pouco da minha história...
Sei que biografia de DJ costuma ser textos que contam de maneira exagerada suas qualidades e conquistas, e é procurando fugir deste clichê que estou escrevendo aqui, minha própria história, como uma conversa entre eu e você.
Algumas pessoas têm curiosidade em saber como um cara se torna produtor, remixer, como ele se torna DJ. Eu acho que nem eu sei ao certo como me tornei produtor musical. Vou então contar o resumo de tudo e você poderá analisar por si mesmo.
Meu interesse real por música eletrônica começou aos 12 anos, juntamente com a explosão da eurodance no Brasil, que para mim veio com artistas como Alexia, B.G. The Prince of Rap, Coro, Ice MC e tantos outros. Com o passar dos anos fui expandindo meu gosto por outras vertentes da música Dance como o House, Chicago, etc. Fui dividindo minha adolescência com a paixão pela música e pelo universo dos games, paixões que se mantém até hoje.
Sempre percebi que o que eu sentia por música era fora do normal, que eu não era apenas mais um garoto que gostava de música, mas foi somente por volta dos meus 16 anos, com a compra de um pc para nossa casa que eu pude ter em mãos a ferramenta ideal para poder me aventurar no mundo da produção musical.
No começo tudo não passava de uma brincadeira. Eu tinha uma pasta com alguns samples copiados de outras músicas e alguns programas de edição de áudio que para a época eram bem avançados. Segui nessa brincadeira por mais algum tempo até que, aos 20 anos, conheci a vertente da House Music que me fascina até hoje; O Club House, ou Tribal House.
Quando isso aconteceu eu já era um rapaz apaixonado por bigbeat, techno, trance, dance e muitas outras vertentes, mas aquilo que eu escutara era muito diferente e mexeu com minha alma de uma forma que não sei explicar. As vozes potentes somadas ao talento absurdo de produtores como Thunderpuss, Junior Vasquez, Victor Calderone e outros me fizeram realmente não acreditar no que escutara. Os breaks, as bases, as melodias eram incríveis e aquilo tudo despertou fascínio.
A partir desse momento eu me encontrei de verdade. Sabia o que queria. Foi daí que comecei a apreender mais sobre o gênero Club House e aprimorar meus conhecimentos na área musical que também não me era tão estranha, já que apreendi muito na igreja evangélica que minha família freqüentava, me carregando a tira colo. Eu sempre tive intimidade com a informática, o que me ajudou muito também e me possibilitou a começar todo o trabalho que vocês conhecem hoje.
Eu fazia o possível com o pouco que tinha, que era um computador u ltrapassado, mas muita força de vontade. Eu não podia contar com facilidades tecnológicas pois não podia pagar e muito menos com apoio familiar, que não entendiam nem apoiavam. Com a fase madura, passei a conhecer alguns lugares voltados ao público gls, que são os grandes consumidores dessa vertente musical. Era o auge da música Club House.
Depois de algum tempo, assim como todos que tem interesse em divulgar suas idéias descobri que a internet era a minha grande aliada, e foi assim que, aos poucos consegui ser notado.
Eu tenho muito a agradecer a todos os profissionais e pessoas que prestigiam meu trabalho, pois isso é tudo o que tenho. Meu nome não foi construído pela mídia de uma grande gravadora nem coisa parecida, mas sim pelo real carinho e respeito do público, ao qual devo tudo e deverei sempre.
Hoje, com a cultura musical ligada ao público gls sendo cada vez mais destruída por preconceitos musicais chulos, infundados e idiotas não tem sido fácil agradar, porém com amor e dedicação tenho conseguido ter o meu diferencial e meu espaço.
Meu muito obrigado a todos vocês!
Rafael Lelis