O auge dos DJs brasileiros começou com os famosos Vinis ou Bolachas, que talentosos profissionais surgiram com suas performances incríveis sobre dois toca-discos chamados quase por religião de Pick Ups Technics MK2. Todo DJ tinha que ter um par destas, lendárias, incomparáveis e caríssimas. Elas foram, por muito tempo, referência de tecnologia para quem era e não era DJ.
Ainda antes das lendárias, muitos DJs faziam suas festas com os inacreditáveis Gravadores de Rolo, num malabarismo que somente a vontade e a alegria da pista correndo nas veias faziam as festas serem únicas. As empresas de tecnologia começaram a prestar mais atenção nesse mercado que crescia a cada ano e logo lançaram o famoso e revolucionário CD, que para os DJs, amantes do Vinil, se tornou um alvo ferrenho de discórdia e problemas.
Também veio um patinho feio de nome MD ou Mini Disc que prometia ser a evolução tecnológica, colocaram até Pitch no coitado, mas não deu certo por dois motivos:
- Era muito caro.
- Quando quebrava ninguém arrumava e quando arrumava custava quase o preço de um novo, muito comum uma tática destas até hoje.
Ninguém que tocava CD era bem visto, todos eram quase apedrejados em praça pública e, mesmo assim, foi lançado o primeiro aparelho de CD com Pitch, da marca Denon e mais tarde a Pioneer chegou com o aparelho que inovaria ainda mais com o famoso CDJ 100 com efeitos incríveis.
A guerra estava declarada, mas os amantes do vinil começaram a perder feio e com isso a magia dos scratchs e back spins começou a desaparecer, muitos profissionais da Europa se juntaram e forçaram as empresas a fazerem alguma coisa para que os vinis voltassem, para que essa magia voltasse. Elas se mexeram rapidamente, foi uma corrida contra o tempo porque a cada dia que passava, os digitais iam ganhando mais espaço e os analógicos estavam sumindo.
Então a Pioneer, numa jogada de mestre, lançou o CDJ 1000!
Jogada de mestre...
Foi um fiasco no primeiro momento. Os amantes das bolachas se revoltaram em fazer artificialmente as performances que faziam com os discos, inclusive a Technics lançou um vídeo com um DJ fazendo uma apresentação incrível com esse modelo e no final ele ataca o aparelho ao chão, quebrando totalmente. A ironia que na primeira década de 2000, a Technics laçaria um leitor de CD para concorrer com o CDJ 1000.
Voltando ao assunto, a Pioneer pagou um alto preço por colocar um "açougueiro para fazer pão" e mais tarde a Denon também pagaria este preço acompanhando na mesma burrada. A sorte das duas foi que a entrada de novos DJs no mercado era muito grande e quase não existia Vinil para comprar, quanto mais Pick Ups. O jeito era aderir aos CDJs, alavancando as vendas e salvando a marca.
Com os ânimos equilibrados, os ´vinil-maníacos´ ainda queriam as bolachas de volta. Nada que bons criadores de softwares e alguns DJs não resolvesse, assim surgiu o Final Scratch, mas que ainda dava muitos problemas, então os mestres dos vinis testam o Serato.
Bingoooo!!
O Serato chega para resolver o problema dos vinis. Com uma interface muito bacana e um controlador faziam funcionar arquivos em mp3 dentro de um micro computador com movimentos idênticos aos feitos com os vinis analógicos.
Pronto, resolvido o problema, será que todos ficaram felizes? Claro que não, a evolução nunca para. A idéia do controlador deu tão certo, que surgiram alguns para concorrer e, na minha opinião, destacaria o Torq Xponent da M-Audio, que faz tudo o que qualquer aparelho faz, numa interface fácil, intuitiva, rápida.